Está aí à porta mais um ano novinho em folha. Claro que amanhã é um dia como outro qualquer, mas também claro que não é. Há toda uma esperança, um terreno virgem a desbravar, que encontra nesta figura do ano novo a mesma sensação infantil de um caderno a estrear antes de começar a escola. Novinho em folha. Ainda sem mazelas, sem riscos, sem dobras, sem marcas. Tão novo que pode bem vir a ser, quem sabe, o melhor ano de sempre. Ainda que uma parte de nós vá comprovando, ano após ano, que cada um dos anos novos virou velho, mais tarde ou mais cedo, e que, mais para a esquerda ou para a direita, vai dar tudo ao mesmo.
Vêm os costumeiros 12 desejos. Tantos, valerá a pena? Não chegariam 2 ou 3 a valer? Mas, se necessários são, ao menos que sejam bem definidos, para podermos saber medir progresso. E que tenham uma boa intenção de fundo, para não se perder a gasolina a meio caminho.
Por outro lado, este ano, gostaria que considerassem: e se fosse um ano sem desejos? Um ano sem a sensação de estar aquém? Um ano pleno de vivência pura e juvenil de quem não anda atrás de nada, que não seja atrás da sensação fantástica de não estar atrás de coisa alguma... de já cá estar, com tudo o que isso tem. Sem prejuízo de continuarmos a caminhar, claro. Mas sem a pretensão de que o caminho vai ser melhor. Nem pior.
Desejo-vos o vosso melhor ano de sempre. Um perfeitamente ordinário, no sentido estrito da palavra. Sem nada de mais, sem nada de menos. Mas com um ingrediente primordial: espaço mental. Liberdade de espírito. A sageza de saber distinguir entre a realidade flutuante dos estados mentais e aquilo que sabemos de fundo, que é o nosso alicerce: que tudo está bem. Que na realidade está sempre tudo bem. Que a nossa essência é paz. Que saberemos fazer o que há a fazer quando for preciso fazê-lo.
E que, nas entrelinhas de toda essa atividade, podemos dar-nos ao luxo de saborear, com intensidade fascinante, o mais banal dos anos. Descobrindo uma profundidade inédita na mais banal das rotinas. E arrancando de forma natural e despreocupada e inovadora com projetos e desafios que, até agora, têm estado a exigir uma excessiva coragem. E ao relativizarmos as consequências de cada coisa, e ao levar cada coisa menos a sério, muito mais coisas se fazem! Muito menos hesitação, muito menos receio. Não é disciplina e esforço, é libertar progresso (e gozar com o frio na barriga).
Um tronco encravado numa rocha da margem do rio, que leva um toque e se solta corrente abaixo...
Este ano, mais do que atingir objetivos megalómanos, mais do que a costumeira corrida ao autoaperfeiçoamento, mais do que a habitual guerra do "querer mais e melhor", desejo-vos a serenidade de não quererem nada. Que traz atrelada uma forma mais fluída de ir interagindo com o universo e criando, em sintonia com ele, coisas maravilhosas! Quase por apenas existir. Com o esforço, aqui e ali, envolvido na sua realização, mas essencialmente sem o esforço de as desejar. Sem a disciplina de as querer.
Que seja um bom ano para todos!
Gonçalo Gil Mata
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(foto: Arrábida, PORTO)
"Não só quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido
De afectos, tenha a fria liberdade
Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses."
Fernando Pessoa
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