ALIVIAR A PRESSÃO
ARTICLES • 10-09-2014
ALIVIAR A PRESSÃO

Andes, ARGENTINA


 

 
O stress nasce numa fotografia mental. Uma constatação subjetiva de que os recursos disponíveis parecem ser insuficientes para fazer frente a um dado desafio. Como consequência, uma panóplia de respostas biológicas injetam eficiência de sobrevivência no organismo: acuidade visual, cálculo focalizado de escapatórias, energia nos músculos, insensibilidade à dor, "nervos à flor da pele", etc. Dava imenso jeito quando, ainda macacos, fugíamos de leões. Não tanto se estamos ao computador...
 
 
Inúmeras solicitações e pendentes, recheadas de surpresas e urgências, tudo misturado com muitas dúvidas e incertezas se seremos capazes de dar conta do recado, são o meio perfeito para fazer proliferar "pressão". Pressão catalisa necessidade de controlo e segurança, e isso motiva interação com o meio.
 
 
Fazer mais e mais rápido surge então como o antídoto mais intuitivo da problemática. Em certa medida, pressão funciona, no sentido de acréscimo de energia e velocidade. Mas do ponto de vista da fotografia inicial, da origem do problema: funciona mesmo? Um dia muito ocupado é obrigatoriamente um dia produtivo?
 
 
Executar mais e mais rápido põe-nos à procura de coisas imediatas para fazer: ler emails novos, dar respostas rápidas, ajudar um colega, enfim, coisas evidentes, que tenham um fim claro, um sucesso provável. De preferência com interação com outras pessoas, porque se formos uns tipos "porreiros" talvez nos desculpem os atrasos nos prazos. Ou transforma-nos em comboios de realização profissional, autênticos cavalos de corrida. Desafio atrás de desafio, esperamos que atingir patamares cada vez mais desafiantes nos sossegue a alma.
 
 
Mas de forma análoga a um distúrbio de obesidade, em que a "fome emocional" não é saciável com comida, o stress e a intranquilidade também não se acalmam com fazer acontecer mais. Pode permitir-nos uma sensação de "ocupação", mas não resolve o busílis da questão: a perceção de cumprimento! Cumprimentos das promessas que fez, umas mais explícitas, outras mais tácitas. Das que fez no trabalho e das que fez em casa. Das que fez aos outros e das que fez a si mesmo: às vezes tão subtis como a auto-promessa de ser "alguém na vida".
 
 
É esta a raiz do mal, a ser investigada: que compromissos estão a falhar? Como renegociá-los? Se esta temática não for domada, pode fazer-nos perder de vista a intensidade da experiência. Viver neste défice psicológico é viver a correr atrás do que nunca se perdeu. É viver de alma posta numa promessa adiada de sossego. É falhar a constatação mais nuclear e libertadora de todas: a de que somos elegíveis assim mesmo, tal e qual como somos. Por Natureza.
 
 
Curiosamente, a partir desse pequeno e privilegiado click!, dessa certeza de que bastamos, toda uma nova fonte de capacidade de concretização tende a soltar-se com resultados incríveis: desbloqueia-se a alma do contributo apaixonado e deixamos de tropeçar num empecilho chamado ego.
 

 


 

 

RELIEVING THE PRESSURE
 
 
Stress is born in a mental picture. A subjective finding that our available resources seem insufficient to face a certain challenge. As a consequence, a whole bunch of biological responses inject survival efficiency into the organism: visual acuity, high focused escaping trajectories calculation, muscle energy, pain insensitivity, constant edginess, etc. It was incredibly useful when, yet as monkeys, we ran away from lions. No so much when we’re seated at the computer...
 
 
Lots of pending requests, filled with urgencies and surprises, all mixed up with lots of doubts and uncertainties of whether we are or not capable to handle things, is a perfect environment for pressure to proliferate. Pressure is a catalyser of control and safety necessity, and that motivates interacting with the surroundings.
 
 
Thus to do more and faster comes up as a more intuitive antidote for this problematic. In a way, pressure does work, as it increases energy and speed. But from the initial pictures point of view, from the problem origin: does it really work? A very busy day is indeed a productive one?
 
 
To execute more and faster gets us looking for immediate things to do: read new emails, give quick answers, help a colleague, all and all, evident stuff, those kind of stuff that have a clear end in sight, a very probable success rate. Preferably having interaction with others, because if we are “the cool guy” may be our delivery delays will be forgotten. Or we might even be transformed into a professional achievement train, real race horses. Challenge after challenge, we hope that reaching higher and higher levels will quiet our soul.
 
 
But, in an obesity disorder kind of way, where “emotional hunger” is not satiable by eating, stress and uneasiness also can’t get quiet by getting more things done. It may enable us to feel “busy”, but it does not solve the heart of the problem: fulfilment perception! Fulfil all the promises you made, some more explicit, others less. Those promises you made at work and those we made at home. Those you made to others, and those you made to yourself: sometimes so subtle as the self-promise of “being someone”.
 
 
This is the root of all evil, to be investigated: what commitment are failing? How can you renegotiate them? If we don’t tame this issue, it may cause us to lose sight of the experiences intensity. To live in a constant psychological deficit is to live running after what was never lost. It is to live with your soul pawned in a delayed promise of quietness. It is to fail the most nuclear and freeing finding of all: we are eligible all the same, just the way we are. By Nature.
 
 
Curiously, from this small and privileged click!, from this certainty that we are enough, a whole new source of accomplishment capacity tends to loosen up with amazing results: our passionate contribute soul gets unblocked and we stop bumping into that obstacle called ego.
 

 

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